segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Histórias do Universo 25
II - A frota fantasma
( Parte 3 de 4 )


Subcomandante, eles apareceram assim que colocou o capacete.
– Eu diria que eles sobrepuseram a frota deles à nossa...Alguém já sabe o que querem?
Um “fantasma” apontou-lhe a arma e levou um dedo à boca pedido silencio. Depois apontou para um oficial inconsciente no chão.
Tentou ligar-se por nanocomunicações ao comandante. Para sua surpresa, não funcionavam.
No destruidor, Hamilton, no ambiente holográfico, não estava a usar capacete, e não teve problemas. nem “fantasmas” por perto. Ligou outro holograma que mostrava a posição da frota fantasma e viu-a sobreposta à sua frota.
Tentou ligar-se por nanocom ao comandante do destruidor, mas não conseguiu. Alguma coisa estava a interferir no sinal. Então, de repente reapareceram três pessoas holográficas na sala. Pessoas que nas suas naves, recorrendo aos capacetes, tinham regressado à Holosala de reuniões.
– Acabei de ver no nosso simulador que toda a frota deles está sobreposta à nossa.
– Eu estou colocado no interceptor. Quando tirei o capacete vi um fantasma a apontar-me uma arma e três membros da minha equipa no chão.–
Disse um dos homens, cuja identificação dizia Drefon
Saquei da minha L-10KW, disparei-lhe para o peito e ficou deitado no chão. – Continuou Drefon.
Eu ... – Começou a falar uma rapariga, mas desapareceu, como se tivesse sido bruscamente desligada.
Eu estou num caça pesado. O meu colega deu cabo deles antes de eu ter tirado o capacete. Usou uma arma de raios, modelo standard imperial. – Disse o tenente Clarke.
O nosso destruidor é um protótipo, muita tecnologia é nova. Vou sincronizar este ambiente virtual com o nosso previsor holográfico, e já temos actualizações em tempo real.
– Não teria sido mais inteligente ter tido isso ligado durante a reunião?
– Perguntou Drefon.
– Curioso. Eles não entram na sala onde eu estou.
– Como assim?
– Perguntou Clarke.
– A sala onde eu estou com o capacete virtual! Eles não entram aqui.
– Consegue ver se há mais salas nessas condições na sua nave? Ou na frota?

Passados vários segundos, Hamilton responde:
– Salas onde eu notei que não conseguem entrar: HiperGerador de realidade holografica virtual aqui. Sala de tecnologia no cruzador e motor de hipersalto em todas as naves pesadas.
Hamilton parou pensativo.
– Por mim, eu fazia a nossa frota sair do hiperespaço, e tínhamos o problema resolvido. – Disse Clarke.
– Parece-me uma excelente solução.– Comentou Drefon.
Á falta de melhor solução, vou ter de concordar. Só que o campo hiperespacial que nos envolve está a ser gerado no cruzador.
– Eu pensei que cada nave tinha o seu próprio campo – disse Drefon.
– Para transportar uma frota, a nave principal gera o campo hiperespacial, e todas as outras expandem-no à sua vollta. Perdendo-se o campo da nave principal, o campo da frota colapsa e saimos todos do hiperespaço. Isto é conhecimento geral de todo o astronauta, caro Drefon! – respondeu Hamilton.
– Eu estava a dormir na acção de formação. Foi um jet lag e logo depois uma directa.
– Conseguimos fazer a deles sair do hiperespaço em vez da nossa?
– Perguntou Clarke
– Não sabemos onde está a ser gerado o campo deles.
– Ao voltar ao hiperespaço, não há riscos de os reencontrarmos?
– Bem, eu acho que tenho uma solução para que isso não volte a acontecer. Mas uma coisa de cada vez senhor Drefon.
– Então, digam lá como é que vamos
desligar o campo hiperespacial da frota, se nenhum de nos está no cruzador. – diz Clarke
– Eu acho que tenho uma solução. Conhecem a lenda do Cavalo de Troia?
– Eu não costumo ver holo-novelas.
– O meu pai nunca me deu acesso a literatura infantil.

– Estou a ver que não...
Hamilton tinha notado que as comunicações de realidade virtual para a holosala da sua nave permaneciam normais e foi esse o ponto de partida para o seu plano.

Cruzador comandante CRZMAT27112012-001, 7h16m
O comandante tinha acordado e viu dois dos estranhos “fantasmas” aparentemente a falar, mas não ouvia nada. Voltou a fechar os olhos, e utilizou as suas nanites internas para tentar se ligar à IA da nave. Não conseguiu e percebeu que as nanocomunicações estavam desligadas. O diagnóstico interno mostrou-lhe que as nanites ainda funcionavam. Então, rapidamente abriu os olhos. Levantou-se. Os “fantasmas” apontaram-lhe a arma.
Ele tentou dar um pontapé nas armas deles, e viu seu pé atravessar as armas e os seres.
Eles dispararam, mas para sua surpresa,.o comandante, com uma velocidade sobre-humana, afastava-se dos raios. A cabine acabou por ficar internamente destruída, mas os fantasmas atingiram-se-se um ao outro.
– IAC estás on?
“Bom dia senhor. Sim senhor.” – respondeu a inteligência artificial central da nave.
– Identifica-me estes seres transparentes que estão aqui na cabine.
“Para além de si, não está mais nenhum ser na cabine, senhor.
O comandante olhou para os dois caídos no chão, inconscientes e responde:
– Estou a ver. Quero um diagnóstico rápido ao nano-espaço.
“Nanocom sobrelotada. Todos os outros sistemas a funcionar dentro dos parâmetros óptimos”
– É possível contactar a ponte?
“Negativo”.
– Porquê?
“Sem informações disponíveis. Sistema de autodiagnóstico com erros."
– Que me sugeres? Que fique aqui quieto?
"A decisão é sua senhor."
(continua)

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